Sabendo que não há um dogma de fé e nem consenso unânime
entre santos, padre e doutores a respeito da interpretação do apocalipse, a
Santa Igreja Católica nos dá total liberdade para encontrarmos a melhor
interpretação a respeito da mensagem revelada por São João. Claro, não podemos
fazer como os protestantes, pois, os mesmo, se utilizam de especulação,
conjecturas e subterfúgios ao interpretar o apocalipse, devemos encontrar a
mensagem revelada através do conhecimento tácito e explícito sobre o assunto.
O consenso unânime, assim como um dogma, é proclamado pela
própria Igreja através do seu Santo Magistério. Lembrando que, nas palavras da
própria Igreja: a opinião individual de um santo é totalmente falível.
A respeito do consenso unânime:
Unanimidade (do latim unanimitate):
é a completa concordância por todos. Quando unânimes – todos
estão imbuídos do mesmo espírito e age conjuntamente como um todo
indiferenciado. Muitos grupos consideram decisões unânimes um sinal de
concordância, solidariedade e unidade.
“Quando os pais da
igreja forem moralmente unânimes
em seu ensino de que uma determinada doutrina
é uma parte da revelação, ou é aceita pela igreja universal, ou que o
seu oposto é uma heresia, então seu testemunho conjunto é um determinado
critério de revelação divina. Não
sendo os pais pessoalmente infalíveis, o testemunho contrário de um ou
de dois não seria destrutivo ao valor do testemunho coletivo; basta uma simples
unanimidade moral” (Maryknoll Catholic Dictionary, pg. 154).
Novamente: quem define o que é consenso unânime, é a própria
Igreja, o consenso unânime não é definido por um canal do youtube ou por um
santo de modo individual e aleatório. A respeito do apocalipse, a Santa Igreja
Católica, através do se Santo Magistério, nunca se pronunciou a respeito de um
consenso unânime revelado, a não ser, quando tratou como heresia o milenarismo.
Ainda falando sobre intepretação do apocalipse, levando em
consideração toda a diversidade de opiniões entre santos, padres e doutore,
podemos se utilizar de alguns métodos para, assim, chegar, de forma racional, a
melhor compreensão da mensagem revelada.
O principal método é: Exegese
Bíblica – que consiste em uma análise crítica do texto, estudo de
antecedentes históricos e culturais, investigação da origem do texto,
características gramaticais e sintáticas da obra original. Não se pode fazer
anacronismo, devemos entender a época em que o livro foi escrito, a cultura, no
qual, o livro foi inserido e a semântica das palavras no idioma de origem.
Junto da exegese bíblica vem: O Método Histórico-Crítico.
Segundo: A PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA - INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA NA IGREJA.
“O método
histórico-crítico é o método indispensável para o estudo científico do sentido
dos textos antigos. Como a Santa Escritura, enquanto Palavra de Deus em
linguagem humana, foi composta por autores humanos em todas as suas partes e
todas as suas fontes, sua justa compreensão não só admite como legítimo, mas pede a utilização deste método”.
Os princípios
fundamentais do método histórico-crítico em sua forma clássica são os seguintes:
“E um
método histórico, não só porque ele se aplica a textos antigos — no caso,
aqueles da Bíblia — e estuda seu alcance histórico, mas também e, sobretudo,
porque ele procura elucidar os processos históricos de produção dos textos
bíblicos, processos diacrônicos algumas vezes complicados e de longa duração.
Em suas diferentes etapas de produção, os textos da Bíblia são dirigidos a
diversas categorias de ouvintes ou de leitores, que se encontravam em situações
de tempo e de espaço diferentes”.
Orientações
principais: [RESSALVAS].
“Aplicando-se às suas
tarefas, os exegetas católicos devem
levar em séria consideração o caráter histórico da revelação bíblica.
Pois os dois Testamentos exprimem em palavras humanas, que levam a marca do
tempo delas, a revelação histórica que Deus fez, por diversos meios, dele mesmo
e de seu piano de salvação. Consequentemente, os exegetas devem se servir do método histórico-crítico. Eles não podem,
no entanto, atribuir-lhe a exclusividade. Todos os métodos
pertinentes de interpretação dos textos são habilitados a dar sua contribuição
à exegese da Bíblia”.
Por fim, não podemos execrar o conhecimento científico e o
avanço da tecnologia. Muitas das realidades vividas durante a patrística e a
escolástica não obtinham o conhecimento que temos hoje. Muitas interpretações
foram feitas segundo a realidade do momento, isto pode ter causado alguns
equívocos e ruídos no modo interpretativo durante alguns séculos.
Pronunciamento da Santa Igreja a respeito deste assunto - Sobre a ciência:
“A defesa acirrada das
Sagradas Escrituras, entretanto, não exige que sustentemos igualmente todas as
opiniões que cada um dos Padres ou os intérpretes mais recentes apresentaram ao
explicá-las, pois pode ser que, ao comentar sobre passagens onde ocorrem
questões físicas, eles algumas vezes expressaram as ideias de seus próprios
tempos, e assim, eles fizeram declarações que nestes dias foram abandonadas
como incorretas. Portanto, em suas interpretações, devemos observar cuidadosamente o que eles declaram como pertencente
à fé, ou intimamente
relacionado com a fé - em que
são unânimes. Pois, nas coisas que não estão sob a obrigação da fé,
os santos estão na liberdade de ter
opiniões divergentes, assim
como nós, de acordo com a declaração de São Tomás" (Papa Leão XIII
- Estudos Sobre as Sagradas Escrituras - Sessão: Autoridade das Sagradas
Escrituras; Crítica Moderna; Ciência Física - paragrafo 19 -
Providentissimus Deus, nov. 1893).
Somente desta forma podemos nos libertar e libertar a Santa
Igreja Católica das mentiras do apocalipse protestante.
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